PROJECTO MULTIPLO: nem projeto, nem proyecto
O Projecto Multiplo funciona como um acervo itinerante que circula com trabalhos no formato arte impressa produzidos na América Latina. Com uma estrutura de exposição móvel, o Projecto Multiplo apresenta trabalhos realizados a partir da ideia de edição, tais como pôsteres, livros, jornais, revistas, cédulas, fanzines, selos, adesivos, etc.
Para cada exibição do projeto ocorre um processo de pesquisa que se dá simultaneamente à exposição. Esse processo também pode ser previsto por meio de uma convocatória aberta para agregar novos artistas. Assim, a ideia do projeto é de se multiplicar a cada edição, tanto no volume dos materiais, quanto no número de participantes. Além disso, o projeto conta com uma impressora multifuncional que permite a todos os visitantes fotocopiar gratuitamente o material que lhes interessam.
O Projecto Multiplo #1 aconteceu em março de 2011, no Laboratório de Arte Espacio G, Valparaíso (Chile). Nessa edição, o projeto contou com a colaboração de Mauricio Román, responsável pela curadoria dos artistas chilenos. O projeto gerou algumas atividades, como um show de música experimental e a chamada “Operaçión Pegada”, uma exposição a céu aberto de lambe-lambe nas ruas de Valparaíso.
O Projecto Multiplo #2 aconteceu na Universidade de Córdoba (Argentina), de setembro a outubro de 2011. O projeto foi contemplado pela Convocatoria de Artes Visuales 2011, organizada pela Subsecretaria de Cultura de Cordoba, SEU-UNC, 3º Proyecto de Convocatoria de Artes Visuales 2011 e também contou com a parceria do espaço independente CASA 13. As atividades dessa edição foram: show de música experimental no dia da abertura, “Operación Pegada”, “Subasta” de trocas e um bingo com alguns trabalhos doados.
O Projecto Multiplo #3 aconteceu no espaço autônomo de arte Meridión A. C. de julho a agosto de 2012, e teve o apoio do projeto “El Probador” e da Galeria Meridión A. C.
O Projecto Multiplo #4 aconteceu no Centro de Arte Contemporaneo de Quito, no Equador, durante o mês de setembro de 2012, com parceria da embaixada do Brasil e do espaço independente “No Lugar”. Nesse mesmo ano, o Projecto Multiplo foi também selecionado para participar da NEW YORK BOOK FAIR, no MOMA-PS1, também em setembro de 2012.
O Projecto Multiplo #5 aconteceu no mês de novembro de 2013 no Centro Cultural São Paulo e teve a colaboração do artista Ícaro Lira. Essa edição contou com a “Operaçión Pegada”, e com oficinas dos artistas Pablo Castro, Rodrigo Lagos (da “La Nueva Gráfica Chilena) e Fabio Morais.
O Projecto Multiplo #6 aconteceu no Red Bull Station, São Paulo, em abril de 2014 e teve como atividade a “Operación Pegada”. Na abertura da exposição, houve o lançamento do “Projeto de Assinaturas de Gravuras de Quadrinistas” da Narval Comix, com gravuras impressas ao vivo e assinadas pelos artistas Pedro Franz, Diego Guerlach e Rafael Coutinho. Nessa mesma edição, a artista Vanessa Torrez realizou seu trabalho ABECEDÁRIO, em que aplica tatuagens com as letras do alfabeto.
O Projecto Multiplo #7 aconteceu de junho a agosto de 2014 no Espaço do Conhecimento, Belo Horizonte, em ocasião da exposição “Cartografias do Comum”, a convite de Natacha Rena. O MULTIPLO foi pensado nesse contexto, pela primeira vez, como um mapeamento de publicação dentro de um recorte maior, que envolvia produções artísticas e urbanistas na cidade de Belo Horizonte.
O Projecto Multiplo #8 aconteceu em Santigo, Chile, a convite do coletivo La Nueva Grafica Chilena, foi patrocinado pelo Campos Criativo da Universidade Andres Belo. Nessa edição, pela primeira vez, o MULTIPLO atuou também como editora, publicando 8 fanzines de coletivos chilenos, com distribuição gratuita e tiragem de 500 exemplares cada.
O Projecto Multiplo #9 aconteceu em Havana (Cuba), em parceria com o Taller de Serigrafia Rene Portocarrero, nos meses de setembro à outubro de 2015. Nesta edição, foi aberta uma convocatória que solicitava aos artistas interessados a doação de 2 exemplares, um para seu próprio acervo e outro para ser doado ao Taller de Serigrafia.
O Projecto Multiplo #10 aconteceu em Montevidéu (Uruguai), em parceria com Pera de Goma, no mês de outubro de 2016. Nesta edição, ele teve coordenação de Marina Marchesan, que realizou a oficina de Cartazes Serigráficos, para serem posteriormente utilizados na Operación Pegada.
O Projecto Multiplo #11 aconteceu no México (em Puebla e na Cidade de México) em parceria com o projeto MUEVE, no mês de janeiro de 2017. Em Puebla, Multiplo + Mueve se apresentaram pela primeira vez em um espaço público e não convencional do circuito artístico; uma praça pública onde acontece a principal feira de antiguidades da cidade. Na Cidade do México, Multiplo + Mueve se apresentaram na biblioteca Aeromoto e no espaço independente Obrera Centro, acompanhadas de conversas com editorias locais sobre seus respectivos projetos.
O Projecto Multiplo #12 aconteceu na Colômbia (em Pasto e Cali) em parceria com o projeto com Adrián Montenegro, no mês de janeiro de 2017. Em Pasto, Multiplo se apresentou no espaço independente El Nido, realizando a atividade "Operaçión Pegada". Em Cali, Multiplo se no espaço independente Lugar a Dudas, acompanhadas de conversa sobre o projeto com Paula Borghi e Adrián Montenegro.
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El Projecto Multiplo funciona como una colección itinerante que circula obras de arte en formato impreso producido en Latinoamérica. Con una estructura de exposición móvil el Projecto Multiplo presenta trabajos realizados a partir de la idea de edición, tales como carteles, libros, periódicos, revistas, billetes, fanzines, sellos, adhesivos, etc.
Para cada muestra del proyecto ocurre un proceso de investigación que se lleva a cabo simultáneamente con la exposición. Este proceso también se puede proporcionar a través de una convocatoria abierta para agregar nuevos artistas. Por lo tanto, la idea del proyecto es multiplicarse a cada edición, tanto en volumen de materiales, como en número de participantes. Además, el proyecto cuenta con una impresora multifunción que permite a todos los visitantes fotocopiar el material que les interesa.
El Projecto Multiplo #1 tuvo lugar en marzo de 2011 en el Laboratorio de Arte Espacio G, Valparaíso (Chile). En esta edición, el proyecto tuvo la colaboración de Mauricio Román, responsable por la curaduría de los artistas chilenos. El proyecto generó algunas actividades, como un espectáculo de música experimental y llamó "Operación Pegada", una exposición al aire libre de carteles en las calles de Valparaíso.
El Projecto Multiplo #2 sucedió en la Universidad de Córdoba (Argentina), septiembre-octubre de 2011. El proyecto fue adjudicado por la Convocatoria de Artes Visuales en el año 2011, organizado por la Subsecretaría de Cultura de Córdoba, SU-UNC, 3ª Proyecto de convocatoria Visuales 2011 y también tuvo la colaboración del espacio independiente CASA13. Las actividades de esta edición fueran: show de música experimental en el primer día, "Operación Pegada", "subasta" de intercambios y bingo con algunas obras donadas.
El Projecto Multiplo #3 sucedió en el espacio autónomo de arte Meridion A.C. julio-agosto de 2012, y contó con el apoyo del "El Probador" y Galería Meridión A.C.
El Projecto Multiplo #4 sucedió en el Centro de Arte Contemporáneo de Quito, Ecuador, durante el mes de septiembre de 2012, en colaboración con la embajada de Brasil y el espacio independiente "No Lugar". En ese mismo año, también fue seleccionado para participar en la NEW YORK BOOK FAIR en el MOMA PS1, también en septiembre de 2012.
El Projecto Multiplo #5 sucedió en noviembre de 2013 en el Centro Cultural São Paulo y tuvo la colaboración del artista Ícaro Lira. Esta edición incluye la "Operación Pegada", y los talleres de los artistas Pablo Castro, Rodrigo Lagos (la "La Nueva Gráfica Chilena) y Fabio Morais.
El Projecto Multiplo #6 ocurrió en la Red Bull Station, São Paulo en abril de 2014 y tuvo como actividad la "Operación Pegada”. En la inauguración de la exposición, se produjo el lanzamiento de “Projeto de Assinaturas de Gravuras de Quadrinistas” de la Narval Comix, con imágenes impresas en vivo y firmadas por los artistas Peter Franz, Diego Guerlach y Rafael Coutinho. En la misma edición, el artista Vanessa Torrez realizó su trabajo Abecedario en lo cual aplica tatuajes con letras del alfabeto.
El Projecto Multiplo #7 se llevó a cabo de junio a agosto de 2014 en el Espaço do Conhecimento, Belo Horizonte, por la ocasión de la muestra "Cartografía do Comum" por invitación de Natacha Rena. O MULTIPLO se pensó en este contexto, por primera vez, como una cartografía de publicación dentro de un corte más amplio, que implica las producciones artísticas y urbanísticas en la ciudad de Belo Horizonte.
El Projecto Multiplo #8 ocurrió en Santigo de Chile, por invitación del colectivo La Nueva Gráfica Chilena, fue patrocinado por Campos Criativo de la Universidade Andres Belo. En esta edición, por primera vez, MULTIPLO sirvió como editora, publicando 8 fanzines de colectivos chilenos, con distribución gratuita y circulación de 500 ejemplares cada.
El Projecto Multiplo #9 se pasó en La Habana (Cuba), en colaboración del Tallerde serigrafia René Portocarrero, entre septiembre y octubre de 2015. En esta edición, se abrió una llamada solicitando a artistas interesados donar dos ejemplares, uno para su propia colección y otro para ser donados al taller de serigrafía.
El Projecto Multiplo #10 se llevó a cabo en Montevideo (Uruguay), en asociación con Pera de Goma, en octubre de 2016. Esta edición, fue coordinada por Marina Marchesan, que realizó el taller Cartazes Serigráficos, que se utilizó más adelante en la Operación Pegada.
O que me motivou / Lo que me motivó
O PROJECTO MULTIPLO teve como origem alguns inquietamentos: pensar a arte latino-americana, a mobilidade e a acessibilidade de trabalhos de arte.
Por ser uma curadora brasileira, sinto a necessidade de primeiro conhecer o que está sendo produzido no continente em que vivo para depois ampliar minha investigação para outras regiões. Trata-se de um recorte curatorial afetivo, alimentado de uma carência na troca cultural entre os países latinos.
Uma das problemáticas que me instigou a começar a pensar o porquê dessa deficiência foi o próprio estudo de arte, que tem como foco a história da arte europeia e norte-americana. Outra questão foi o próprio idioma, visto que o Brasil é o único país latino que fala português e há mais brasileiros que falam inglês do que espanhol (enquanto a grande maioria da América Latina tem como língua materna o espanhol).
“O que seria um arte latino-americana?”. Como esta é uma pergunta muito ampla, a reduzi para: “O que está sendo produzido no formato de publicação (arte impressa) na América Latina?”.
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El PROJECTO MULTIPLO se originó a partir de algunas inquietudes: pensar el arte de Latinoamérica, la movilidad y la accesibilidad de los trabajos de arte.
Por ser una curadora brasileña, siento la necesidad de conocer primero lo que se está produciendo en el continente donde vivo y luego extender mi investigación a otras regiones. Se trata de un corte curatorial afectivo, alimentado por una deficiencia en el intercambio cultural entre los países latinoamericanos.
Una de las cuestiones que me impulsó a empezar a pensar el porqué de esta deficiencia fue el propio estudio del arte, que se centra en la historia del arte europeo y estadunidense. Otra cuestión fue la propia lengua, ya que Brasil es el único país latinoamericano que habla portugués y hay brasileños que hablan inglés al español (mientras la gran mayoría de Latinoamérica tiene como lengua materna el español).
"¿Cómo sería un arte latinoamericano?". Como esta es una pregunta muy amplia, preferí reducirla: "Lo que se está produciendo en formato de publicación (arte impresa) en Latinoamérica."
Publicação (arte impressa) / Publicación (arte impresa)
Algumas qualidades do formato impresso é que ele permite uma tiragem em grande escala, com um custo acessível e circulação independente do mercado de arte. Essas três características permitem, basicamente, uma outra autonomia, se o compararmos ao “percurso” de um objeto tradicional de arte.
O maior interesse, no entanto, é legitimar esse formato enquanto obra de arte, mesmo que este não seja um livro único e assinado pelo artista, e sim de um pôster, um selo, um postal, um zine, um livro, uma cédula de dinheiro etc. São trabalhos que geralmente são distribuídos gratuitamente ou que podem custar até, no máximo, R$ 100,00.
Trata-se de um formato que está à margem do mercado, mas, ao mesmo tempo, vem conquistando um espaço no circuito da arte, como nas feiras de livro de artista – Tijuana (São Paulo), Pão de Forma (Rio de Janeiro), Turnê (itinerante), Feira Plana (São Paulo) e Feira de Publicações do Sesc Pompéia (São Paulo). Os trabalhos, por sua vez, podem ser enviados por correio, não têm seguro, que não têm valor mercadológico, podem ser vendidos em uma livraria ou distribuídos... enfim, trata-se de um suporte completamente móvel.
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Algunas cualidades del formato impreso es que permite una circulación a gran escala a un costo accesible, independiente de la circulación del mercado del arte. Estas tres características permiten, básicamente, otra autonomía, si lo comparamos con el "camino" de un objeto de arte tradicional.
El mayor interés, sin embargo, es legitimar este formato como obra de arte, aunque no es un solo libro y firmada por el artista, sino un cartel, sello, postal, una revista, un libro, una papeleta dinero, etc. Se trata de obras que por lo general se distribuyen gratuitamente o pueden costar hasta un máximo de R$100,00.
Este es un formato que se encuentra al borde del mercado, pero al mismo tiempo, se ha ganado un lugar en el circuito del arte, al igual que en las ferias del libro de artista - Tijuana (Sao Paulo), Pão de Forma (Río de Janeiro), Turnê (itinerante), Feira Plana (São Paulo) y Feira de Publicações SESC Pompeia (São Paulo). Las obras, a su vez, pueden ser enviadas por correo, no tienen seguro, no tienen valor comercial, se puede vender en una librería o distribuidas ... en fin, es un soporte completamente móvil.
Mobilidade / Movilidad
Trabalhar com publicação permite que uma exposição caiba dentro de malas, de modo que ao passarem pela alfândega não estejam sujeitas à cobrança de uma taxa por serem obra de arte (a própria alfândega não as reconhecem como obra de arte). Além disso, o mesmo trabalho pode ser exposto simultaneamente em dois ou mais lugares, pois ele tem é uma edição, um multiplo.
O MULTIPLO é, portanto, uma exposição portátil que cresce a cada viagem e que tem como objetivo a construção de um acervo de publicações e, futuramente, uma biblioteca pública.
O blog do MULTIPLO foi idealizado pelo artista colombiano Adrián Montenegro. Atualmente o projeto conta com coordenação de Paula Borghi e catalogação e programação visual de Dora Reis. Vale dizer que essa pesquisa não existiria sem a influência do projeto Istmo-Arquivo Flexível, da curadora Ana Paula Cohen, que foi de muita inspiração para esse projeto.
Em 2016, o PROJECTO MULTIPLO foi contemplado pelo prêmio Rumos Itaú Cultural para itinerar no Uruguai, Colômbia e México.
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Trabajar con la publicación permite una exposición sea llevada en bolsas, de modo que al pasar por la aduana no están sujetos a un cargo por ser una obra de arte (la misma aduana no las reconocen como obra de arte). Además, el trabajo puede ser expuesto simultáneamente entre dos o más lugares, a la vez que es un múltiplo.
El MULTIPLO es una muestra portátil que crece cada viaje, que tiene como objetivo construir una colección de publicaciones y, en el futuro, una biblioteca pública.
El blog MULTIPLO fue diseñado por el artista colombiano Adrián Montenegro. Actualmente el proyecto cuenta con la coordinación Paula Borghi, catalogación y programación visual Dora Reis. Importante mencionar que esta investigación no existiría sin la influencia del Projeto Istmo-Arquivo Flexível, de la curadora Ana Paula Cohen, que fue grande inspiración para este proyecto.
En 2016, el PROJECTO MULTIPLO recibió el premio Itaú Cultural para circular por Uruguay, Colombia y México.
Fevereiro de 2017 / Febrero 2017
Paula Borghi
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Paula Borghi (1986, São Paulo-SP). Gestora do Espaço SARACVRA e idealizadora do PROJECTO MULTIPLO. Entre 2013-2014 foi curadora da Residência Artística do Red Bull Station e em 2015 foi assistente da 12# Bienal de Havana. Foi integrante do grupo de crítica do CCSP (Centro Cultural São Paulo) entre 2011-2013 e do Paço das Artes São Paulo, 2012-2013. Desenvolve desde 2010 trabalhos sobre arte na América Latina.